sexta-feira, 24 de junho de 2011

A NEGAÇÃO DA SINDROME

Conheci um jovem senhor a algum tempo. Ele não veio se consultar, mas procurava uma forma de estar por perto para talvez falar de suas angustias vividas com a Sindrome do Pânico, mas nada dizia, não focava no problema ao qual tanto queria resolver, não aceitava.
Um certo dia a crise veio e eu estava presente, fiz o atendimento necessário para o momento. Quando ela se foi conversei com o este jovem senhor e disse da possibilidade de estar sendo acometido pela Sindrome do Pânico. Me relatou que estas crises aconteciam desde criança, mas que logo passava. Mas toda vêz que a crise aparecia, tinha que ir pra casa, se trancar em seu quarto, porque era o único lugar que se sentia seguro. No momento da crise suas mãos formigavam, seu corpo tremia, sua cabeça parecia que aumentava de tamanho. Assim relatou a crise.
Mas não reconhecia como crise do Pânico, negava a doença e escondia de todos o que acontecia com suas emoções. Em qualquer lugar, a qualquer hora ela aparecia. Ele poderia estar numa festa, a crise aparecia, saia correndo se escondia de todos e de tudo em seu quarto. Poderia estar a quilometros de distancia, corria para seu ninho e lá ficava até a crise passar. Depois se sentia tão cansado que dormia. Sua vida passou a ter alguns limites, como por exemplo o limite da propria cidade ao qual vivia, não viajava, porque se tivesse a crise não teria local para se refugiar. A Sindrome tem esta característica, vai limitando o indivíduo a ponto de não mais sair de casa.

Adalberto Sabino
Psicólogo e Especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial

Um comentário:

  1. Muito bom esse esclarecimento Sabino!!!Muitas pessoas não sabem que possa ter...Saudades de você!!!
    Bjs
    Zu

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